terça-feira, 16 de dezembro de 2014

INTERVENCIONISMO UMA IDEOLOGIA ?








INTERVENCIONISMO UMA IDEOLOGIA ?


Muitos me tem solicitado uma tomada de posição enquanto grupo sobre o mesmo nos últimos dias. Nunca escondi meus pontos de vista porém a opinião do grupo é neutra e me pergunto até que momento continuará assim? E se de fato ocorrer qual seria a posição a se tomar perante seus desdobramentos ?

Ouvi irmãos pensadores tanto intervencionistas como adeptos da luta política ou os adeptos da luta cultural. Dentro dos argumentos intervencionistas os principais argumentos são de que a guerra política está perdida e que os militares iriam arrumar a casa.

Desde o início deste ano que se finda tinha essa convicção profunda e confesso aqui meu amor profundo ao que é militar; Dos rostos sérios e fechados , da honra e de tudo que é bélico. Porém percebi ativistas intervencionistas em pulsões intempestivas embasando suas informações em boatos do tipo   “amigos” que me confidenciaram, existem pessoas prontas de olho, irão nos salvar, eles não estão mortos entre outros. No entanto a única coisa que foi evidenciada é a falta total de evidências de provas da intenção sequer de  intervir.

Uma observância fria pode – se comprovar que militares reservistas não são os mesmos que os da ativa. Da nova república 1985 até o período bolivariano 2014 somam 29 anos um militar que tenha entrado em seus meros 19 anos hoje terá 48 anos. Se entrar com mais idade fazendo o oficialato teremos portanto oficias com mais de cinquenta anos.

O gramscismo vem assolando gradativamente as mentalidades desde a década de 70 e nenhum meio ficou imune ao marxismo leninismo em suas formas puras e congêneres. Afetando juízos de valores e relativizando a moral em todos os segmentos sociais. Não infensos ai o meio militar.

Os militares foram os vencedores da contra revolução de 1964 no entanto não se atentaram a luta cultural – espiritual contra o marxismo cultural. E nisto o marxismo venceu e colhe hoje seus frutos.

Em síntese os militares com suas honradas exceções não são os mesmos do “GÉN POPEYE”. O saudoso Olympio Mourão filho como é saudosamente lembrado pelos seus soldados. Este que tomou a iniciativa botando honradamente sua tropa na rua em defesa do Brasil Cristão. 

Com muito pesar concluo que os oficiais da ativa em sua maioria é mais especificamente os comandantes militares com toda sua sujeição. Hoje já se venderam as benesses oferendadas pelo bolivarianismo.

O conservador ele demora de tomar uma decisão. Pois ele escuta opiniões, busca evidências , e sobretudo pensa nas CONSEQUÊNCIAS a longo prazo de tomada de posições a cunho político. O conservador nunca irá apoiar atitudes e arroubos emocionais. ele busca na tradição, na experiência histórica pontos que legitimem seus argumentos. O conservador abjeta toda ideologia. O conservador  ama a sociedade imperfeita pois sabe que o homem é imperfeito e pecador que a perfeição nesse nesse mundo é o terreno para a morte e a tirania que a história já está repleta.

O furher nazista, o homem de aço na Rússia, Mao tsé tung , todos vieram trazer a sociedade perfeita e só trouxeram o inferno a  terra. Foram 100 milhões de mortes + outros milhões de mortos em guerras e escravizados que não se ajustaram a esse mundo que homens desejaram então como perfeito. Se existe sociedade perfeita ela nunca será desse mundo. A prudência prefere o mal que se conhece do que o diabo que se desconhece.

Portanto no ponto de vista cultural e na cosmovisão conservadora  da família , da pátria uma intervenção seria mais uma ideologia a ser combatida. Porque ela representa o “ profetismo” a salvação do desconhecido. A desagregação das famílias em luta e principalmente devido a infiltração marxista nas academias não podemos definir definitivamente o rumo das coisas. Onde estará o amor de nosso leão Jesus nesse momento?

ESTRATÉGIA

Havia um momento culminante para a intervenção militar no Brasil fora  após o decreto bolivariano 8243 que instituía os SOVIETS chamada eufemísticamente  de “ democracia direta” que instituía os conselhos populares, a tentativa de impor o golpe de um plebiscito constitucional e a fraude eleitoral. No momento que antecedeu o reconhecimento do menchevique “ kerensky” AÉCIO de aceitar a fraude. Neste exato momento se colocaria tanques sobre o congresso. No entanto, Nada se fez.

Nestas últimas semanas fora legitimada pelo governo o documento da comissão da “ verdade” que acusa guerreiros de crimes contra humanidade, de torturas , de violação dos direitos humanos. Claro que este documento feito pelo governo marxista negou as atividades terroristas de esquerda no entanto a ONU, A OEA, O VATICANO. Aceitou esse inglório documento.

Uma intervenção militar hoje seria por o Brasil que já sofre com anos de regime desapropriador de direitos um isolacionismo político e econômico que evidentemente traria a fome e a  desesperança há muitas  famílias brasileiras. Jogando esta nação cristã a desesperança,  incitando a violência de carrascos. Pois militares possessos pelo marxismo não são soldados e sim carrascos.

E se dissemos dane-se tudo vamos apoiar a intervenção ? Isso nunca foi uma postura do conservadorismo pautada na prudência. Não posso afirmar que se dane minha família, que se dane meu país. Isto não é a postura do conservador e sim da descrença e dá revolução.

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O conservadorismo pretende reconstruir a noção perdida de bem e do mal, do certo e do errado. O amor de Cristo em Cristo. A guerra de reconquista na Europa durou  400 anos  do século VIII ao século XII. O partido conservador britânico tem 300 anos. É isto não significa que iremos aguardar imobilistas jamais. Iremos tomar cada vez mais o espaço do inimigo e sim meus caros a  GUERRA É ETERNA!

Não importa o tempo pois tudo irá passar dentro da devida mortalidade e da transitoriedade de todas as coisas. O importante é ir tomando espaço, se fazendo presente, se irmanando para que seja preservado o futuro e o amanhã de nossos entes queridos. 

Nossos descentes irão olhar para trás e lembrar que lutamos o bom combate assim como graças aos nossos antepassados nas  lutas de  reconquista,  hoje não oramos  a falsos profetas ou a um tirano.

Apoiar o intervencionismo não é se pautar pelo conservadorismo cultural – espiritual e político.

Intervencionistas que não compreendem a triste racionalidade do exposto deixo abaixo algumas citações e links e como não podemos destruir a esperança de ninguém deixo aqui o meu respeito para com essas pessoas. Pedindo para que guarde ao foro íntimo seus ímpetos e a sua  intempestividade e que  pensem  sempre de modo estratégico.

Concluo me embasando nos teóricos do conservadorismo e ponderando opiniões diversas que o intervencionismo não é uma posição conservadora e desde já conclamo á aqueles que nutrem essa ideologia que se mantenha em silêncio dentro desse meio. Ou partam para um movimento que se resume  por esperar e aguardar o desconhecido.


“devemos reafirmar no grupo que, a participação política, via ONGs, partidos e outros grupos, no momento, é o caminho mais correto, e que devemos esquecer e condenar essa ideia de intervenção.”

Vou colocar alguns sites, para que possamos estudar melhor, esse assunto, "Intervenção Militar"

" Em momentos de crise, grande comoção, ou politização da sociedade, ha sempre o risco de que surjam radicais. Radicalismo que gera mais radicalismo. “

http://sociedademilitar.com.br/index.php/forcas-armadas/1502-gente-correndo-pelada-oficiais-de-araque-e-ate-grupos-pregando-morte-aos-comunistas-alguem-pode-levantar-a-placa-precisa-se-de-um-lider.html

http://sociedademilitar.com.br/index.php/forcas-armadas/1486-e-se-o-exercito-resolver-agir-intervencao-militar-o-que-sera-isso-para-o-brasil.html


http://lucianoayan.com/2014/11/20/a-ligacao-do-pt-com-a-democracia-e-o-que-devemos-aprender-com-isso/

Nota minha: esse link acima, é de extrema importância, pois mostra como o PT, segue a cartilha de Gramsci. Ele usam a democracia para a destruição da mesma. Portanto, qualquer atitude da parte dos que pedem a intervenção militar, só levará mais para o colo do PT, a sociedade como um todo, pois ninguém deseja uma ditadura.

"... Esses regimes militares ensinavam o sistema moral mais abjeto possível para a política: “Fique tranquilo que as Forças Armadas cuidam quando o seu adversário estiver próximo de tomar o poder”. A noção de responsabilidade política passou a ser solenemente ignorada. Criou-se então uma direita mimada, focada em seu ego, ao invés de resultados."

http://lucianoayan.com/2014/11/30/qual-a-responsabilidade-dos-regimes-militares-na-colecao-de-vitorias-da-extrema-esquerda-na-america-do-sul/

http://lucianoayan.com/2014/11/10/o-militarismo-como-filho-do-desespero-criado-pelo-pt/

Nota minha: Muitos erros foram cometidos pelos governos militares, e um deles, principalmente, foi também a perseguição de políticos da direita conservadora, tais como Carlos Lacerda e outros. Por isso, não temos um grupo forte, para fazer contratempo com a esquerda, pois essa, dominou sozinha, a cultura como um todo.

Finalizando até o momento: Não desejo nenhuma ditadura, nem da esquerda e nem dos militares, por mais que os apoiadores da intervenção digam que, não apoiam uma ditadura mas somente uma intervenção, para colocar ordem no galinheiro, eu não apoio, pois quem garante, que os militares não irão continuar no poder? Se queremos um país mais desenvolvido, temos que lutar, pela defesa da propriedade privada, pela liberdade de expressão, pelo regime econômico de livre mercado. Esse tipo de regime, nunca tivemos no Brasil. Veja esse link abaixo, quais idéias, influenciaram o pensamento dos governos brasileiros, após a criação da república.


“Quem pede intervenção militar, deve saber que será contra civis. 
Ou então, será contra quem?”


http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=42

 “Devemos assegurar a tranquilidade da ordem, a civilização ocidental   e um futuro para as nossas crianças”



segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Dez Princípios Conservadores por Russell Kirk

          
   

Dez Princípios Conservadores por Russell Kirk

Adaptado da Política da Prudência (ISI Livro, 1993). Copyright © 1993 por Russell Kirk. Usado com permissão do espólio de Russell Kirk.

Não sendo nem uma religião nem uma ideologia, o conjunto de opiniões designado por conservadorismo, não possui nenhuma “escritura sagrada” e nenhum “O Capital” para fornecer um dogma. Por mais que se possa estabelecer em que os conservadores acreditam, os princípios primordiais do convencimento conservador foram derivados a partir do que escritores renomados e homens públicos conservadores professaram durante os dois séculos passados. Após algumas observações introdutórias neste tema geral, eu listarei dez destes princípios conservadores.

Talvez seja mais apropriado, na maior parte das vezes, usarmos a palavra “conservador” como um adjetivo. Isto porque não existe nenhum “Modelo Conservador”, e o conservadorismo é a negação da ideologia: é um estado da mente, um tipo de caráter, uma maneira de olhar a ordem social civil.

“...O movimento ou o conjunto de opiniões conservadoras pode acomodar uma diversidade considerável de pontos de vista em muitos temas, não havendo nenhum “Test Act” ou “Thirty-Nine Articles” do credo conservador.”

Em essência, o conservador é simplesmente alguém que considera as coisas permanentes mais agradáveis do que o “Chaos” e a “Old Night”. (Contudo os conservadores sabem, com Burke, que saudáveis “mudanças são os meios de nossa preservação.”) Uma experiência de continuidade histórica das pessoas, diz o conservador, oferece uma guia para a política muito melhor do que os projetos abstratos de filósofos de botequim. Mas naturalmente há mais a motivar o conservador do que esta atitude geral.

Não é possível redigir um catálogo completo das convicções conservadoras; não obstante, eu ofereço-lhe, resumidamente, dez princípios gerais. Parece seguro dizer que a maioria dos conservadores subscreveria a maior parte destas máximas. Em várias edições de meu livro The Conservative Mind, eu listei determinados cânones do pensamento conservador — a lista difere um tanto de edição em edição; na minha antologia The Portable Conservative Reader eu ofereço variações sobre este tema. Agora eu lhes apresento um sumário das suposições conservadoras que diferem um tanto de meus cânones destes dois livros. Especificamente, a diversidade de maneiras em que as visões conservadoras podem encontrar expressão é por si só uma prova de que o conservadorismo não é nenhuma ideologia fixa. Que princípios particulares os conservadores enfatizam em uma época específica, variarão com as circunstâncias e as necessidades dessa era. Os seguintes dez artigos de crença refletem as ênfases dos conservadores na América de hoje em dia.

Primeiramente, o conservador acredita que existe uma ordem moral duradoura. Que a ordem está feita para o homem, e o homem é feito para ela: a natureza humana é uma constante, e as verdades morais são permanentes.

A palavra ordem significa harmonia. Há dois aspectos ou tipos de ordem: a ordem interna da alma, e a ordem exterior da comunidade. Há vinte e cinco séculos, Platão ensinou esta doutrina, mas mesmo os letrados de hoje em dia encontram dificuldades em compreender. O problema da ordem tem sido uma preocupação central dos conservadores desde que o termo conservador passou a fazer parte da política.

Nosso mundo do século vinte experimentou as conseqüências hediondas do colapso da crença em uma ordem moral. Como as atrocidades e os desastres da Grécia no quinto século antes de Cristo, a ruína de grandes nações em nosso século mostra-nos o poço em que caem as sociedades que se enredam em ardilosos interesses próprios, ou engenhosos controles sociais, como alternativas mais palatáveis a uma antiquada ordem moral.

Foi dito pelos intelectuais de esquerda (“liberals”) que o conservador acredita, com o coração, que todas as questões sociais são questões da moralidade privada. Compreendida corretamente, esta indicação é bastante verdadeira. Uma sociedade em que os homens e as mulheres são governados pela opinião em uma ordem moral perene, por um sentido forte de certo e errado, por convicções pessoais sobre a justiça e a honra, será uma boa sociedade — não importa a maquinaria política que utilize; quando uma sociedade em que os homens e as mulheres estão moralmente a deriva, ignorantes das normas, e movidos primariamente pela satisfação dos apetites, será uma má sociedade — não importando quantas pessoas votem ou quão liberal seja sua constituição.

Segundo, o conservador adere ao costume, à convenção, e à continuidade. São os princípios antigos que permitem que as pessoas vivam juntas pacificamente. Os demolidores dos costumes destroem mais do que sabem ou desejam. É através da convenção, palavra tão abusada nos nossos tempos, que conseguimos evitar disputas perpétuas sobre direitos e deveres: as leis, em sua essência, são um conjunto de convenções. Continuidade é o agregado dos meios de se ligar uma geração à outra, e ela importa tanto para a sociedade quanto para o indivíduo. Sem ela, a vida é sem sentido. Quando revolucionários bem sucedidos apagaram velhos costumes, ridicularizaram antigas convenções e quebraram a continuidade das instituições sociais, neste mesmo instante descobriram a necessidade de repô-los por novos, mas este processo é lento e penoso, e a nova ordem social que eventualmente emerge nestas circunstâncias pode ser muito inferior à velha ordem que os radicais superaram em sua ardorosa busca pelo “Paraíso Terreno”.

Conservadores são campeões dos costumes, convenção e continuidade, porque eles preferem o diabo que conhecem do que áquele que não. Ordem, justiça e liberdade, eles acreditam, são produtos artificiais de uma longa experiência social, o resultado de séculos de tentativas, reflexão e sacrifício. Desta forma, o corpo social é um tipo de corporação espiritual, comparável à Igreja, podendo mesmo ser chamada de comunidade de almas. A sociedade humana não é nenhuma máquina para ser tratada mecanicamente. A continuidade, o sangue da vida de uma sociedade, não pode ser interrompida. O lembrete de Burke sobre a necessidade de mudanças prudentes está nas mentes dos conservadores. Mas a mudança necessária, argumentam os conservadores, deve ser gradual e discriminatória, nunca removendo antigos interesses de uma vez.

Terceiro, os conservadores acreditam no que pode ser chamado o princípio da prescrição. Conservadores percebem que as pessoas modernas são anãs sobre os ombros de gigantes, capazes de ver mais longe que seus ancestrais apenas por conta da grande estatura daqueles que os precederam no tempo. Portanto, os conservadores freqüentemente enfatizam a importância da prescrição, isto é, das coisas estabelecidas pelo uso desde tempos imemoriais, de modo que a mente humana não busca os seus contrários. Existem direitos cuja principal sanção é sua antigüidade, estando os direitos de propriedade, freqüentemente, aí incluídos. Da mesma forma, nossa moralidade é em grande parte prescritiva. Os conservadores argumentam ser bastante improvável que nós, os modernos, façamos alguma brava descoberta nos campos da moralidade, política ou gosto. É perigoso ter de ponderar cada problema com base no julgamento e na racionalidade pessoal. O indivíduo é tolo, mas a espécie é sábia, nos ensina Burke. Em política fazemos bem em seguir por precedência, preceito e mesmo pré-julgamento, pois a humanidade adquiriu uma sabedoria muito maior do que qualquer racionalidadezinha de um único homem.

Quarto, os conservadores são guiados por seu princípio da prudência. Burke concorda com Platão que para o estadista, a prudência é a maior dentre as virtudes. Qualquer medida pública deve ser avaliada por suas prováveis conseqüências de longo prazo, e não meramente por alguma vantagem ou popularidade temporárias. Os liberais e os radicais, diz o conservador, são imprudentes: perseguem seus objetivos sem dar muita atenção ao risco de que novos abusos sejam piores do que os males que esperam eliminar. Como John Randolph de Roanoke bem colocou, a providência move-se lentamente, mas o diabo sempre se apressa. Sendo complexa a sociedade humana, os remédios não podem ser simples se devem ser eficazes. O conservador afirma que age somente após suficiente reflexão, pesando as conseqüências. Reformas, assim como as cirurgias, são perigosas quando repentinas e profundas.

Quinto, os conservadores prestam atenção ao princípio da diversidade. Eles sentem afeição pela intrincada proliferação de instituições sociais e de modos de vida estabelecidos de longa data, a distingüi-las da uniformidade reducionista e do igualitarismo dos sistemas radicais. Para a preservação de uma saudável diversidade em qualquer civilização, nela devem sobrevir ordens e classes, diferenças em condições materiais e diversos modos de desigualdade. As únicas formas verdadeiras de igualdade são aquelas do Julgamento Final e aquelas perante um justo tribunal da lei; todas as demais tentativas de nivelamento irão conduzir, na melhor das hipóteses, à estagnação social. A sociedade requer liderança honesta e capaz; e se as diferenças naturais e institutionais forem destruídas, nesta mesma hora algum tirano ou um desprezível representante de oligarcas criará novas formas de desigualdade.

Sexto, os conservadores se purificam por seu princípio da imperfeição (“imperfectability”). A natureza humana sofre irremediavelmente de determinadas falhas graves, o sabem os conservadores. Em sendo o homem imperfeito, nenhuma ordem social perfeita pode ser criada. Por conta de seu desassossego, a humanidade se rebelaria sob qualquer dominação utópica, e iria, mais uma vez, eclodir em violento descontentamento — ou então iria exaurir-se em tédio. Perseguir uma utopia é terminar em desastre, diz o conservador: nós não fomos feitos para coisas perfeitas. Tudo que podemos razoavelmente esperar é uma sociedade toleravelmente ordenada, justa, e livre, na qual alguns males, desajustamentos e sofrimentos estarão sempre presentes. Por intermédio de reformas prudentes podemos preservar e melhorar esta ordem tolerável. Mas se as antigas salvaguardas institutionais e morais de uma nação forem negligenciadas, então o impulso anárquico da humanidade será liberado de suas amarras: “a cerimônia da inocência estará perdida.” As ideologias que prometem a perfeição do homem e da sociedade converteram uma grande parte do mundo do século vinte em um inferno terrestre.

Sétimo, conservadores estão convencidos de que a liberdade e a propriedade são intimamente relacionadas. Separe a propriedade da possessão privada e o Leviatã se transformará no mestre de todos. Por sobre as fundações da propriedade privada são erigidas grandes civilizações. Quanto mais difundida for a posse da propriedade privada, mais estável e produtiva será uma comunidade. Nivelamento econômico, crêem os conservadores, não é sinônimo de progresso econômico. Acumular e gastar não são os principais objetivos da existência humana; mas uma base econômica sadia para o indivíduo, a família e a comunidade deve ser almejada.

Henry Maine, em sua “Village Communities”, expõe eloqüentemente a causa da propriedade privada em distinção à propriedade comunal: “Ninguém tem a liberdade de atacar as diversas formas de propriedade privada e, ao mesmo tempo, dizer que valoriza a civilização. A história de ambas não pode ser desentrelaçada.” A instituição da propriedade privada tem sido um instrumento poderoso para ensinar responsabilidade a homens e mulheres, para prover motivos para a integridade, para suportar a cultura geral, para levantar a humanidade acima do nível do mero penoso laborar, por permitir o ócio para o pensar e a liberdade para agir. Para poder reter os frutos do trabalho do indivíduo e torná-los permanentes; para poder legar a propriedade de alguém à sua posteridade; para poder erguer-se da condição natural de opressiva pobreza à segurança da realização duradoura; para ter algo que realmente pertença a si mesmo — estas são vantagens difíceis de negar. O conservador reconhece que a posse da propriedade impõe certos deveres ao proprietário e aceita estas obrigações morais e legais alegremente.

Oitavo, conservadores suportam ações comunitárias voluntárias, tanto quanto se opõem ao coletivismo involuntário. Embora os americanos têm sido fortemente atrelados à privacidade e aos direitos privados, também são um povo notável pelo espírito bem sucedido de comunidade. Em uma comunidade genuína, as decisões que afetam mais diretamente à vida dos cidadãos são feitas localmente e voluntáriamente. Algumas destas funções são realizadas por instituições políticas locais, outras por associações privadas: desde que permaneçam locais e sejam acordadas por aqueles afetados, elas constituirão uma comunidade saudável. Mas quando estas funções passam, “naturalmente” ou por usurpação, à autoridade central, a comunidade estará em sério perigo. O que quer que seja benéfico e prudente na democracia moderna é feito a partir da vontade cooperativa. Se, então, em nome de uma Democracia abstrata, as funções da comunidade são transferidas a uma direção política distante — por que o governo real exercido pelo consentimento dos governados dá vez a um processo uniformizante que é hostil à liberdade e à dignidade humana.

Pois nenhuma nação é mais forte do que as pequenas e numerosas comunidades de que é composta. Uma administração central, ou um conjunto de seletos administradores e servidores civis, embora bem intencionados, não podem conceder justiça, prosperidade e tranquilidade a uma massa de homens e mulheres desprovidos de suas antigas responsabilidades. Essa experiência foi feita antes; e foi desastrosa. É o exercício de nossos deveres na comunidade que nos ensina a prudência, a eficiência e a caridade.

Nono, o conservador percebe a necessidade de prudentes restrições ao poder e às paixões humanas. Politicamente falando, o poder é a habilidade de realizar a vontade de um não obstante a vontade dos demais. Um estado onde um indivíduo ou pequeno grupo seja capaz de dominar a vontade de seus concidadãos sem qualquer supervisão, será despótico, seja denominado monárquico, aristocrático ou democrático. Quando cada pessoa reivindica ser um poder para si mesmo, então a sociedade cai em anarquia. A anarquia nunca dura por muito tempo, sendo intolerável para todos, e contrário ao inelutável fato de que algumas pessoas são mais fortes e mais inteligentes do que seus vizinhos. À anarquia sucede a tirania ou a oligarquia, em que o poder é monopolizado por uns poucos.

O conservador esforça-se para de tal forma limitar e balancear o poder político que a anarquia ou a tirania não possam surgir. Em cada era, não obstante, homens e mulheres são tentados a superar as limitações sobre o poder, por conta de alguma vantagem provisória almejada. É característico do radical pensar o poder como uma força para o bem — tão logo o poder caia em suas mãos. Em nome da liberdade, os revolucionários franceses e russos aboliram as antigas restriçõess ao poder; mas o poder não pode ser abolido; encontra sempre seu caminho para as mãos de alguém. Esse poder que os revolucionários tinham pensado ser opressivo nas mãos do antigo regime transformou-se, muitas vezes, tão tirânico quanto o anterior nas mãos dos novos mestres radicais do estado.

Sabendo ser a natureza humana uma mistura de bem e de mal, o conservador não deposita sua confiança na mera benevolência. Limitações constitutionais, verificações e contrapesos políticos, o cumprimento adequado das leis, a antiga e intricada teia das restrições por sobre a vontade e os apetites — isto é o que o conservador aprova como instrumentos da liberdade e da ordem. Um governo justo mantém uma tensão saudável entre as reivindicações da autoridade e as reivindicações da liberdade.

Décimo, o pensador conservador compreende que essas permanências e mudanças devam ser reconhecidas e reconciliadas em uma sociedade vigorosa. O conservador não é oposto à melhoria social, embora duvide que haja algo como uma força geradora de algum Progresso místico, com “P” maiúsculo, operando no mundo. Quando uma sociedade está progredindo em alguns aspectos, geralmente está declinando em outros. O conservador sabe que toda sociedade saudável é influenciada por duas forças, que Samuel Taylor Coleridge chamou de sua Permanência e sua Progressão. A Permanência de uma sociedade é formada por aqueles interesses e convicções perenes que nos dão a estabilidade e a continuidade; sem essa Permanência, as origens profundas da sociedade são desfeitas, que cai em anarquia. A Progressão em uma sociedade é esse espírito e esse conjunto de talentos que nos incitam à reforma e à melhoria prudentes; sem essa Progressão, um povo irá estagnar.

Conseqüentemente o conservador inteligente esforça-se para reconciliar as demandas da Permanência e as da Progressão. Pensa que o liberal e o radical, cégos às justas reivindicações da Permanência, poriam em perigo a herança nos legada, em um esforço para apressar-nos em algum duvidoso Paraíso Terrestre. O conservador, resumidamente, favorece o progresso racionalizado e moderado; é oposto ao culto do progresso, cujos adeptos acreditam que tudo que é novo é necessariamente superior a tudo que é velho.

A mudança é essencial ao corpo social, raciocina o conservador, apenas porque é essencial ao corpo humano. Um corpo que cessasse de se renovar começaria a morrer. Mas se esse corpo deve ser vigoroso, a mudança deve ocorrer de forma regular, harmonizando-se com a forma e a natureza desse corpo; se não a mudança produz um crescimento monstruoso, um câncer, que devora seu anfitrião. O conservador crê que nada em uma sociedade deva ser sempre completamente antigo, e que nada deva ser sempre completamente novo. Estes são os meios de conservação de uma nação, pois que são os meios da conservação de um organismo vivo. Apenas o quanto de mudança uma sociedade requer, e que sorte de mudança, depende das circunstâncias de uma era e de cada nação.

Tais são então os dez princípios que têm aparecido freqüentemente ao longo destes dois séculos do pensamento conservador moderno. Outros princípios de igual importância poderiam ter sido discutidos aqui: a compreensão conservadora da justiça, ou a visão conservadora da educação. Mas tais assuntos, com o tempo a se esgotar, eu devo deixar a sua própria investigação.

O grande divisor de águas na política moderna, Eric Voegelin costumava apontar, não é a divisão entre liberais de um lado e totalitários do outro. Não, em um lado dessa linha estão todos aqueles homens e mulheres que acreditam que a ordem temporal é a única ordem, e que as necessidades materiais são suas únicas necessidades, e que podem fazer o que quiserem com o patrimônio humano. No outro lado dessa linha estão todos aqueles povos que reconhecem uma ordem moral perene no universo, em uma natureza humana constante, e em elevados deveres para a ordem espiritual e a ordem temporal.


domingo, 14 de dezembro de 2014

O POPULISMO E A REVOLUÇÃO




O POPULISMO


O populismo é o  atalho pelo qual jogamos com as paixões,  ilusões e idéias do povo, para prometer o impossível, aproveitando- se das misérias das pessoas, deixando de fora, absolutamente, toda razão e a lógica na tomada de decisões, pra perpetua-se e impor uma ditadura que visa a eternizar se como toda tirania revolucionaria. 


DESEJO DO POPULISMO


O primeiro objetivo deles é acabar com as instituições ocidentais  pouco a pouco. Reescrever as constituições dentro de uma mudança de mentalidade que nega a individualidade, a nacionalidade, fim de adequar aos desejos de cada novo líder caudilhesco a psicopatia da tirania revolucionária.

Devemos não só denunciar as atrocidades que o populismo infere contra nossas instituições democráticas e republicanas, mas também elucidar, reconhecer o péssimo trabalho, dos governos anteriores, e dos sistemas governamentais que o precederam que levaram á crise absoluta às pessoas e nações.

O desespero sócio econômico traz inevitavelmente a busca do “profetismo’’ de salvadores da pátria, recorrerão a estes títeres, por vias democráticas e que por isto justificara indubitavelmente a tirania e sua permanência no poder que visara sempre eternizar-se de acordo com a tradição das ideologias revolucionárias milenaristas. 



TECNOLOGIA E POPULISMO 


As mudanças que estão surgindo no mundo infelizmente não estão sendo acompanhados com a educação necessária, e o que acontece se podermos receber novas possibilidades,  novas formas tecnológicas de se comunicar com o mundo,  mas ao mesmo tempo não nos  tornamos pessoas éticas sem definir o certo do errado dentro de uma moral ocidental e devidamente cristã. O homem ocidental perdeu suas prioridades claras e adentrou numa crise de decadência dos princípios perenes em nome de uma revolução que apenas almeja a negação do indivíduo e a concentração do poder na  tirania.

A exemplo  em nosso parlamento já não se trocam idéias,  a razão e a lógica se foi,  e também a importância que deviam possuir, Já não a respeito pela discussão e sim pelo cargo. Nossos  líderes populista anulam toda razão e toda lógica,  de seus argumentos fomentando o ódio seja entre classes, seja entre raças. Esquecemos do amor pela educação e pela troca de ideais , pelo conhecimento, por querer ser pessoas e indivíduos racionais, éticos, ponderados e melhores.


O populismo em sua feição despudorada do marxismo, libertarianismo, socialismo, racismo, fascismo e de todas as ideologias fazem é anular a dignidade da pessoa humana. Torna as pessoas  incapazes de julgar valores  e de produzir pelo seu próprio esforço. Se lobotomizam sem personalidade, e se tornam incapazes de  governar suas próprias vidas, faz elas pensarem que precisam de um líder, para controlar absolutamente tudo de suas vidas. Para na total submissão poderem caminhar. 



                                                      POPULISMO VERSUS REPÚBLICA 



A república  em seu sentido republicano de consciência da coisa publica é o que realmente garante a institucionalidade do estado. Desde os tempos antigos da Grécia,  filósofos como Aristoteles e Sócrates, viram vantagens na democracia. Por que há três direitos fundamentais e irrefutáveis a cada um de nós: Nossa vida, através da qual podemos exercer nossos projetos, Nossa liberdade, através da qual podemos nos expressar, podemos comercializar, podemos trabalhar, podemos nos mobilizar para possuir a crença de nossa preferência, e poder expressar assim também nossos sistemas e regimes políticos, e a propriedade privada.

A propriedade começa por nosso corpo, pela nossa integridade, nossa propriedade é o acúmulo, desde o dia em que nascemos até o dia em que morremos, de todas as coisas que conseguimos realizar. É através dela que podemos por limites a tirania do estado. A propriedade é por conseguinte a protetora da liberdade e do indivíduo.

Estes três direitos , no entanto, podem existir em cada um de nós sem impedir o direito de outras pessoas. Como por exemplo: Direito a saúde, a educação, a vestimenta, e a uma série de direitos que foram exigidos pelos nossos pela pessoa humana sendo que nem todos são e serão atendidos pelo simples fato de que somos seres imperfeitos e teremos por conseguinte uma sociedade imperfeita. 

A sociedade sempre ira refletir o conjunto de ações individuais. Uma sociedade perfeita só existira em função de ideologias assassinas e da tirania que sempre visa o poder pelo poder e que ja marcaram a historia pelos seus crimes contra a humanidade.

Todo direito precisa de uma renuncia prévia,  do direito de propriedade de alguém,  antes de serem outorgados.  E é ai que os nossos governos falharam, Por que ao dizer demagogicamente  todos tem direitos a estas coisas,  nunca foi estipulado quem deveria renunciar a certos direitos para outorgar a outros. 

Do ódio ao mérito e desse mal estar causado pela demagogia, pelo profetismo  que os cidadãos resolveram recorrer ao regime totalitário e populista que vemos hoje em alhures.

Se vamos dar direitos, de onde vamos tira-los?  E com que recursos se irá pagar. O estado não provém recursos ele simplesmente  retira dos outros da população que produz. Se  isto não for estabelecido, populações inteiras  irão seguir interminavelmente vendo nestes políticos, a resposta e a solução para todos os problemas esquecendo a importância do sistema fundamentado no esforço individual e na repito meritocracia.



                                                                      DESAFIO


 Vejo no liberalismo econômico e na preservação dos três pilares da civilização ocidental ( moral e ética cristã, filosofia grega, herança jurídica romana) a resposta institucional que as gerações futuras precisam,  para não seguir neste ciclo de pobreza, decadência moral e ignorância. Muitas vezes recebemos  tecnologia e não recebemos educação, de que nos serve a tecnologia?, então precisamos através da tecnologia, e através do conhecimento literário, vencer a ignorância do  populismo e do coletivismo socialista. Pra vencer o populismo não há uma formula mágica!  Há porem uma formula institucional.  E onde esta esta formula? Na jurisprudência dos três poderes da republica. Nos 3 poderes Descrito no espírito das leis de Montesquieu. Pois, assim como nós temos três poderes natos; temos  três direitos irrevogáveis, intransferíveis, imutáveis, inegociáveis , perenes e transcendental que são : A  VIDA,  A LIBERDADE E O DIRETO DE PROPRIEDADE.

A nossa liberdade nos dá o direito de propriedade privada. Por sua vez a propriedade garante a liberdade. Já a nossa liberdade é que governa a nossa vida e  a nossa propriedade.

Vemos pois que o  administrativo ou judiciário não pode de forma alguma legislar, sob pena de  conduzir a democracia em uma ditadura.E nem argumentar sobre as obrigações e ações do congresso, ou do judiciário. Por sua vez o congresso deve legislar livremente , respeitando sempre as garantias e liberdades individuais, tendo receita prevista no orçamento da união definido por lei constitucional.  Para que assim seja livre de reflexos ou imposição do executivo.  Bem como o judiciário que deve custear sua despesas com orçamento previsto e ancorado nas custas jurídicas, totalmente independente,  para que assim possa livremente cumprir o seu dever constitucional e institucional, de julgar  e fazer a boa  justiça.  

A igualdade jurídica em todo país sem acepção de cor raça, sexo, opção sexual,  cargos, posição social. Todos debaixo de uma única e soberana lei, sem benefícios de A a Z . por que se  beneficio o A em troca estou desapropriando  a D ou a F. Então logo não posso criar um beneficio que não seja benemérito a todo o alfabeto.  A lei é a lei,  soberana, transcendental,  a lei não pode ser submissa aos caprichos ou desejos de partidos, governos , judiciário, congresso,  ou instituição,  a lei é soberana sobre todos. 

Não podemos de forma alguma destituir o direito de alguém em beneficio de outrem ou entidade. Como  vemos hoje partidos socialistas e esquerdistas que se apropriam do poder com fome voraz fazendo com que benefícios de poucos destituam o benefício de muitos que nele depositaram sua vã e infeliz esperança .

SEJAMOS  SOLDADOS !

C.S.V

domingo, 7 de dezembro de 2014

REACIONANDO !

          




Um dos maiores e mais urgentes problemas para toda a direita; SABER REACIONAR !

(baseado no texto de Lucyan Ayan)


Para reagir aos ataques da esquerda e sua rotulagem precisamos fazer uma reforma de nossa estrutura mental. É inadmissível que tenhamos reações de espanto diante de petistas fazendo baixarias. A mente de um soldado não pode entrar em pânico ao ver tiros em uma guerra. A mente desse soldado deveria estar preparada para o exato oposto: os tiros são esperados e a ação ofensiva deve estar engatilhada para atingir quem está atirando em você.

Precisamos superar a reação de negar o fato de que política é uma guerra. Se fizermos essa superação, aos poucos conseguiremos melhorar nossa cognição política. O fato é que não falamos mais de “manifestações”, mas de guerra política.

Os petistas estão cientes disso e, para eles, a rotulagem é levada ao nível do absurdo. Mas eles só fazem isso com tanta proficiência por que seus adversários “travam” nesse exato momento. É quando eles adquirem um poder devastador, que se baseia na internalização do conceito de que “na guerra política o agressor geralmente prevalece”.

Tenha certeza de que eles agiriam de outra forma se vocês internalizarem esse tipo de conceito da mesma forma. Eles voltariam latindo para suas casinhas se a cada 10 rotulagens deles, vocês retornassem com mais  20.

O mais grotesco é que a posição em que o PT se colocou, após ter feito todos esses ataques, é de vulnerabilidade, pois o discurso de qualquer petista sobre as manifestações na Câmara abre várias oportunidades de processo contra eles.

Como exemplo, a frase dizendo existir “manifestantes pagos pelo PSDB” deveria resultar em ações por calúnia e difamação, além de danos morais. Quando o petista lança sobre seus oponentes epítetos como “nazista”, “homofóbico”, “racista’ e “anti-nordestino” abre no mínimo oportunidades para quatro processos. Devemos lembrar que um processo também é uma forma de ataque.

Como dica adicional, sugiro o uso de rótulos adequados, que não deem margem a processo do oponente contra você. Mas se os rótulos do oponente dão margem a um processo lançado por você, a oportunidade não pode ser desperdiçada. Se você tomar esse cuidado, não tenha medo: leve a rotulagem pejorativa do oponente ao extremo, sempre buscando atingir os pontos mais doloridos para eles.

Não se deve economizar no uso de termos como “golpista”, “anti-democrático”, “fascista”, “ditador”, “sanguinário” e “organização criminosa” sem meios tons.

Em tempo: se o problema é “pedir doações”, é bem melhor pedir doações voluntárias do que roubar dinheiro de impostos, obtidos via coerção de cidadãos. Um contra-ataque a esse frame petista (“vocês recebem doações”) poderia desmoralizar todos os petistas. Não se esqueçam, é claro, de batalhar por compartilhamentos.

E mais uma: o PT chama o grupo Revoltados On Line de “extrema-direita”. Por que não devolvemos o rotulo taxando os de  extrema-esquerda? Eis a diferença que faz toda a diferença.

Mas, enfim, espero que o ataque do petista tenha sido um belo aprendizado para vocês. Nesse caso, vocês se tornarão pessoas melhores e mais preparadas para a guerra política depois dos ótimos confrontos dessa semana.

Mas não se esqueçam: tudo isso dependerá do aceite no nível subconsciente do que significa a expressão “na guerra política, o agressor geralmente prevalece”. 

Como deixa claro David Horowitz em seu livro " A arte da guerra política" aquele que ficar se explicando ja perdeu a guerra política devemos devolver o rotulo com outro rotulo mais devastador e verdadeiro. A estratégia do Gramscismo esta em ocultar seus verdadeiros objetivos com palavras repletas de eufemismo usando da semântica e de terminologia que ocultam a realidade ultima de seus objetivos que são simplesmente;  partido rico, povo pobre, fim das liberdades e garantias individuais, criminosos armados e pessoas de bem dependentes da segurança do governo, assassinato de bebes, desapropriação e confisco de propriedades  e uma sociedade idealizada baseada no credo ateísta do marxismo onde oponentes serão eliminados dessa torpe sociedade idealizada. 

DIREMOS NÃO !
SEMPRE CRUZADOS
SELVA !

sábado, 18 de outubro de 2014

RECOMENDAÇÃO DE OBRAS



PRINCIPAIS LIVROS CONSERVADORES 

Naturalmente esses livros são a principal literatura conservadora e como não somos uma seita existe ressalvas religiosas e ou filosóficas de um e outros mais em linhas gerais seria os principais. 

Algumas divergências ou ressalvas mas nada que os repudiasse como um  todo.

A ordem não significa exatamente a sequência a que necessitam ser lidos.

Temos o livro " A mentalidade conservadora"  de Russell Kirk que já solicitei sua publicação em português a editora E realização e os livros do Edmund Burk que não existe nada em português ainda infelizmente.

1 - F a HAYECK 

https://www.dropbox.com/s/6zfahqo9m412xmz/Caminho%20da%20Servidao.pdf?dl=0


2 - Origens do totalitarismo 

https://www.dropbox.com/s/rtgxqg11493yjoo/ORIGEM%20DO%20TOTALITARISMO%20-%20Hannah%20Arendt.pdf?dl=0


3 - Capitalismo e liberdade 


https://www.dropbox.com/s/9mv8fv8s01lkl7c/Milton%20Friedman%20-%20Capitalismo%20e%20Liberdade.pdf?dl=0


4 - O mínimo para não ser idiota 


https://www.dropbox.com/s/ch5qbdhxm5anxue/Olavo%20de%20Carvalho%20-%20O%20M%C3%ADnimo.pdf?dl=0


5 - Orvil  


https://www.dropbox.com/s/u1yl7ef190o98y6/orvil_completo.pdf?dl=0

http://minhateca.com.br/andre.carvalho/Galeria/Anticomunistas+e+Patri*c3*b3ticos/A+Verdade+Sufocada+(Projeto+Orvil+-+8a+Ed),75928314.pdf


6 -  A verdade sufocada de Cel Carlos Brilhante Ustra não tenho em pdf 

A verdade sufocada peça direto ao editor pelo link 

http://www.averdadesufocada.com/index.php/fale-conosco-contato-3/12-contacts/1-carlos-alberto-brilhante-ustra


7 - A política da prudencia - Russell Kirk

N tenho em ebook


8 - O livro negro do comunismo 

 https://www.dropbox.com/s/kgj679q1zwsfhn0/O%20Livro%20Negro%20do%20Comunismo%20-%20Stephane%20Courtois.pdf?dl=0


9 - Revolução e Contra Revolução


 https://www.dropbox.com/s/5ugjlmw3nouzysn/RCR.pdf?dl=0

 
10 - Reforma agrária questão de consciência, ( contra a reforma agrária socialista e confiscatória) 


https://www.dropbox.com/s/4o3qy1zlw8bmoa6/1960%20-%20ReformaAgrariaQuestConci%C3%AAncia.pdf?dl=0


11- Baldeação ideologia diálogo 


https://www.dropbox.com/s/rbssa2059d49bza/1965-Baldea%C3%A7%C3%A3o_Ideol%C3%B3gica.zip?dl=0

12 - O politicamente incorreto da esquerda e do socialismo 

https://www.dropbox.com/s/egrjrv14rzmvuwp/O%20livro%20Politicamente%20Incorreto%20-%20Kevin%20D.%20Williamson.pdf?dl=0


13 - As seis lições de Misses tem também a ação humana que é " pesado" então indicaria esse seria um resumo de seu pensamento 


https://www.dropbox.com/s/4dousdy953rqywl/As%20seis%20li%C3%A7%C3%B5es.epub?dl=0

14 - A democracia na América 


https://www.dropbox.com/s/0s704p5ixvp7r58/Sumario%20-%20A%20democracia%20na%20America.zip?dl=0

http://www.libertarianismo.org/livros/adtdnacompleto.pdf


15 - Não poderia esquecer o excelente " propriedade e liberdade " de Richard Pipes. 
Este não tenho em pdf .



16 - Os segredos da guerra psicológica


https://www.dropbox.com/s/a29evbl50hl6dc8/teste.pdf?dl=0


17-  DA GUEERA - C. CLAUSEWITZ.

https://www.dropbox.com/s/tn6ikt603sbu6jz/da-guerra-carl-von-clausewitz.pdf?dl=0


18 - Psicose Ambientalista - adquirir no Instituto Plinio Correa De Oliveira, (IPCO) em tel (011) 31514304.


19- EDUARDO FREY O KERENSKY CHILENO - Adquirir  no Instituto Plinio Correa De Oliveira, (IPCO) em tel (011) 31514304.


20 - Pequena  síntese sobre Gramscismo 

https://www.dropbox.com/s/yz4ilvyab89jsri/GRAMSCI%20V2003%20-%20ADESG-1.pdf?dl=0


21 - "VIOLÊNCIA E ARMAS A EXPERIÊNCIA INGLESA" - JOYCE LEE MALCOLM - VIDE EDITORIAL , a venda em versão digital também na Amazon e no IBooks da Apple.

terça-feira, 7 de outubro de 2014

REFUTAÇÃO AO LIBERTARIANISMO

        





REFUTAÇÃO AO LIBERTARIANISMO!


Quem tiver tempo deixo essa leitura a respeito da opinião do líder conservador Russell kirk sobre os libertários 

Russell Kirk sobre os libertários dogmáticos

Como muitos já sabem, tenho feito algum esforço, dentro de minhas limitações, para unir o que se chama “direita” nesse país. Evitar o “fogo amigo” seria, portanto, uma boa estratégia.

Mas, em nome do debate aberto de ideias, considero importante trazer à tona as críticas que o conservador (de boa estirpe) Russell Kirk faz aos libertários, ou a um tipo específico de libertário: o dogmático. Creio que esse não é muito “amigo” dos liberais ou conservadores.

Em seu livro A política da prudência *, Kirk dedica um capítulo a esses libertários, e outro aos neoconservadores, para contestar ambas as posturas ideológicas. Kirk, diga-se de passagem, é contra a própria ideologia, para ele uma religião secular perigosa.

Confesso que já vi muitos libertários desse tipo descrito por ele, e seu fanatismo realmente não combina com o liberalismo que defendo. Em várias ocasiões já tive a sensação de que eram mais parecidos com os marxistas do que com os liberais clássicos. Abaixo, seguem alguns trechos do livro:

Qualquer um que tenha sido muito influenciado pelo pensamento de Edmund Burke (1729-1797) e de Alexis de Tocqueville (1805-1859) – como o professor Hayek e este comentarista – põe-se firmemente contra a ideologia; e o libertarianismo é uma ideologia simplista, apreciada por um tipo de gente a quem Jacob Burckhardt (1818-1897) chamou de “os terríveis simplificadores”.

[...] enquanto os libertários se posicionarem contra uma política de dominação norte-americana ao redor do globo, estou ao lado deles.

Numa época em que muita gente está disposta a – ou melhor, desejosa de – trocar a própria independência por “direitos”, os libertários exortam-nos a andar virilmente com os próprios pés.

[...] o que podemos dizer do libertarianismo, amistosamente, é que tem sido amiúde um espaço de recrutamento de jovens conservadores, ainda que os libertários não tenham a menor intenção de fortalecer a crença nos costumes, na convenção e na política da “consagração do uso”.

O que podemos afirmar é que, em geral, são anarquistas “filosóficos” em trajes burgueses. Das antigas instituições sociais, manteriam somente a propriedade privada. Buscam uma liberdade abstrata, que nunca existiu em civilização alguma – nem entre qualquer povo bárbaro ou selvagem. Dariam cabo do governo político; nisso, subscrevem a noção de Karl Marx (1818-1883) da extinção do Estado.

Precisamos limitar os poderes do Estado, é claro, e a constituição nacional o faz – se não perfeitamente, ao menos de modo mais eficaz do que qualquer outra constituição nacional. A Constituição dos Estados Unidos decididamente não é um ensaio de libertarianismo.

“Partindo da liberdade ilimitada”, escreveu Fiódor Dostoiévski (1821-1881), “chego ao despotismo ilimitado”.

Os libertários do século XX são discípulos da noção de natureza humana e das doutrinas políticas rousseaunianas.

O típico libertino de 1992 (ano da publicação do livro) deleita-se com a excentricidade – tanto na vida privada como na política. Sua liberdade, ou licenciosidade, é do tipo que resulta no colapso social.

No tocante à excentricidade libertária, o sonho de uma liberdade privada absoluta é uma daquelas visões que amanham dos portões de marfim; e a desordem na qual a sociedade seria lançada em conseqüência dos desejos já é ilustrada pela desordem moral dos assuntos privados.

O modelo de libertário da presente década não tem senso de humor, é intolerante, farisaico, mal instruído e enfadonho. [...] estou desmascarando as pretensões dos doutrinários intolerantes e libertinos pomposos que se aprisionaram numa ideologia “libertária” tão confinadora e irreal quanto o marxismo – ainda que menos persuasiva do que esta cruel ilusão. 

A liberdade e a justiça só podem ser estabelecidas depois que a ordem esteja razoavelmente assegurada. Os libertários, porém, dão primazia a uma liberdade abstrata.

Ao exaltar uma “liberdade” absoluta e indefinível à custa da ordem , os libertários colocam em perigo a própria liberdade que louvam.

Em suma, a função primária do governo é a restrição; e isso é anátema para os libertários, embora seja um artigo de fé para os conservadores. 

Por tais defeitos dos libertários estarem muito evidentes, os conservadores recordam a admoestação de Edmund Burke a respeito dos reformistas radicais: “Homens imoderados nunca podem ser livres. As paixões lhes forjam os grilhões”.

O que os libertários doutrinários nos oferecem é uma ideologia de egoísmo universal – no momento em que o país precisa, mais do que nunca, de homens e mulheres que estejam prontos a subornar os interesses privados, caso necessário, à defesa das coisas permanentes. Nós, criaturas humanas imperfeitas, já somos bastante egoístas sem precisarmos de estímulo para buscar o egoísmo como princípio.

ESCRITO POR RODRIGO CONSTANTINO

Em suma libertários dogmáticos são tendenciários e libertinos quanto aos costumes enamoram o marxismo cultural visam, portanto, destruir o tecido social e os pilares dos valores permanentes que sustentam consigo a tranquilidade e a liberdade na ordem característica de nossa civilização ocidental cristã !

PROF. DANIEL ROCHA 


sábado, 13 de setembro de 2014

REVOLUÇÃO E CONTRA REVOLUÇÃO TRECHOS E FRAGMENTOS

                                           

                                                                -  Trechos e Fragmentos  - 


“O orgulho leva ao ódio a toda superioridade, e, pois, à afirmação de que a desigualdade é em si mesma, em todos os planos, inclusive e principalmente nos planos metafísico e religioso, um mal. É o aspecto igualitário da Revolução.

A sensualidade, de si, tende a derrubar todas as barreiras. Ela não aceita freios e leva à revolta contra toda autoridade e toda lei, seja divina ou humana, eclesiástica ou civil. É o aspecto liberal da Revolução.

Ambos os aspectos, que têm em última análise um caráter metafísico, parecem contraditórios em muitas ocasiões, mas se conciliam na utopia marxista de um paraíso anárquico em que uma humanidade altamente evoluída e “emancipada” de qualquer religião vivesse em ordem profunda sem autoridade política, e em uma liberdade total da qual entretanto não decorresse qualquer desigualdade.”


“A Cristandade ocidental constituiu um só todo, que transcendia os vários países cristãos, sem os absorver. Nessa unidade viva se operou uma crise que acabou por atingi-la toda inteira, pelo calor somado e, mais do que isto, fundido, das sempre mais numerosas crises locais que há séculos se vêm interpenetrando e entreajudando ininterruptamente. Em conseqüência, a Cristandade, enquanto família de Estados oficialmente católicos, de há muito cessou de existir. Dela restam como vestígios os povos ocidentais e cristãos. E todos se encontram presentemente em agonia, sob a ação deste mesmo mal.”

Característica da crise ;

Una

Universal 

“É TOTAL
Considerada em um dado país, essa crise se desenvolve numa zona de problemas tão profunda, que ela se prolonga ou se desdobra, pela própria ordem das coisas, em todas as potências da alma, em todos os campos da cultura, em todos os domínios, enfim, da ação do homem.

4. É DOMINANTE
Encarados superficialmente, os acontecimentos dos nossos dias parecem um emaranhado caótico e inextricável, e de fato o são de muitos pontos de vista.

Entretanto, podem-se discernir resultantes, profundamente coerentes e vigorosas, da conjunção de tantas forças desvairadas, desde que estas sejam consideradas do ângulo da grande crise de que tratamos.

Com efeito, ao impulso dessas forças em delírio, as nações ocidentais vão sendo gradualmente impelidas para um estado de coisas que se vai delineando igual em todas elas, e diametralmente oposto à civilização cristã.”


“5. É PROCESSIVA
Essa crise não é um fato espetacular e isolado. Ela constitui, pelo contrário, um processo crítico já cinco vezes secular, um longo sistema de causas e efeitos que, tendo nascido, em momento dado, com grande intensidade, nas zonas mais profundas da alma e da cultura do homem ocidental, vem produzindo, desde o século XV até nossos dias, sucessivas convulsões”




“Pelo contrário, a ditadura revolucionária visa eternizar-se, viola os direitos autênticos, e penetra em todas as esferas da sociedade para as aniquilar, desarticulando a vida de família, prejudicando as elites genuínas, subvertendo a hierarquia social, alimentando de utopias e de aspirações desordenadas a multidão, extinguindo a vida real dos grupos sociais e sujeitando tudo ao Estado: em uma palavra, favorecendo a obra da Revolução”

“Como se depreende da análise feita no capítulo anterior, o processo revolucionário é o desenvolvimento, por etapas, de certas tendências desregradas do homem ocidental e cristão, e dos erros delas nascidos.

Em cada etapa, essas tendências e erros têm um aspecto próprio. A Revolução vai, pois, se metamorfoseando ao longo da História.”

“A Revolução usa, pois, suas metamorfoses não só para avançar, como também para operar os recuos táticos que tão freqüentemente lhe têm sido necessários.

Por vezes, movimento sempre vivo, ela tem simulado estar morta. E é esta uma de suas metamorfoses mais interessantes. Na aparência, a situação de um determinado país se apresenta como inteiramente tranqüila. A reação contra-revolucionária se distende e adormece. Mas, nas profundidades da vida religiosa, cultural, social, ou econômica, a fermentação revolucionária vai sempre ganhando terreno. E, ao cabo desse aparente interstício, explode uma convulsão inesperada, freqüentemente maior que as anteriores.”


“Capítulo V - As Três Profundidades da Revolução: Nas tendências, nas idéias, nos fatos”

“Como vimos, essa Revolução é um processo feito de etapas, e tem sua origem última em determinadas tendências desordenadas que lhe servem de alma e de força propulsora mais íntima10.

Assim, podemos também distinguir na Revolução três profundidades, que cronologicamente até certo ponto se interpenetram.

A primeira, isto é, a mais profunda, consiste em uma crise nas tendências. Essas tendências desordenadas, que por sua própria natureza lutam por realizar-se, já não se conformando com toda uma ordem de coisas que lhes é contrária, começam por modificar as mentalidades, os modos de ser, as expressões artísticas e os costumes, sem desde logo tocar de modo direto - habitualmente, pelo menos - nas idéias.”


“A REVOLUÇÃO NAS IDÉIAS”


“Assim, inspiradas pelo desregramento das tendências profundas, doutrinas novas eclodem. Elas procuram por vezes, de início, um modus vivendi com as antigas, e se exprimem de maneira a manter com estas um simulacro de harmonia que habitualmente não tarda em se romper em luta declarada.

3. A REVOLUÇÃO NOS FATOS
Essa transformação das idéias estende-se, por sua vez, ao terreno dos fatos, onde passa a operar, por meios cruentos ou incruentos, a transformação das instituições, das leis e dos costumes, tanto na esfera religiosa quanto na sociedade temporal. É uma terceira crise, já toda ela na ordem dos fatos”

“Considerando a existência de períodos de uma calmaria acentuada, dir-se-ia que neles a Revolução cessou. E assim parece que o processo revolucionário é descontínuo, e portanto não é uno.

Ora, essas calmarias são meras metamorfoses da Revolução. Os períodos de tranqüilidade aparente, supostos interstícios, têm sido em geral de fermentação revolucionária surda e profunda”

“AS VELOCIDADES HARMÔNICA DA REVOLUÇÃO

Esse processo revolucionário se dá em duas velocidades diversas. Uma, rápida, é destinada geralmente ao fracasso no plano imediato. A outra tem sido habitualmente coroada de êxito, e é muito mais lenta.”
“C. Como se harmonizam essas velocidades
Cumpre estudar o papel de cada uma dessas velocidades na marcha da Revolução. Dir-se-ia que os movimentos mais velozes são inúteis. Porém, não é verdade. A explosão desses extremismos levanta um estandarte, cria um ponto de mira fixo que fascina pelo seu próprio radicalismo os moderados, e para o qual estes se vão lentamente encaminhando. Assim, o socialismo repudia o comunismo mas o admira em silêncio e tende para ele”

“As forças propulsoras da Revolução têm sido manipuladas até aqui por agentes sagacíssimos, que delas se têm servido como meios para realizar o processo revolucionário.

De modo geral, podem qualificar-se agentes da Revolução todas as seitas, de qualquer natureza, engendradas por ela, desde seu nascedouro até nossos dias, para a difusão do pensamento ou a articulação das tramas revolucionárias”

“Nesse sentido os agentes do caos e da subversão fazem como o cientista, que em vez de agir por si só, estuda e põe em ação as forças, mil vezes mais poderosas, da natureza.

É o que, além de explicar em grande parte o êxito da Revolução, constitui importante indicação para os soldados da Contra-Revolução.”

“Revolução cruenta e incruenta

Nesse sentido, a rigor, uma Revolução pode ser incruenta. Esta de que nos ocupamos se desenvolveu e continua a se desenvolver por toda sorte de meios, alguns dos quais cruentos, e outros não. As duas guerras mundiais deste século, por exemplo, consideradas em suas conseqüências mais profundas, são capítulos dela, e dos mais sanguinolentos. Ao passo que a legislação cada vez mais socialista de todos ou quase todos os povos hodiernos constitui um progresso importantíssimo e incruento da Revolução.”

“A amplitude desta Revolução

A Revolução tem derrubado muitas vezes autoridades legítimas, substituindo-as por outras sem qualquer título de legitimidade. Mas haveria engano em pensar que ela consiste apenas nisto. Seu objetivo principal não é a destruição destes ou daqueles direitos de pessoas ou famílias. Mais do que isto, ela quer destruir toda uma ordem de coisas legítima, e substituí-la por uma situação ilegítima. E “ordem de coisas” ainda não diz tudo. É uma visão do universo e um modo de ser do homem, que a Revolução pretende abolir, com o intuito de substituí-los por outros radicalmente contrários.”





“A Revolução por excelência
Neste sentido se compreende que esta Revolução não é apenas uma revolução, mas é a Revolução.

E. A destruição da ordem por excelência”

“Sem dúvida, a presente Revolução teve precursores, e também prefiguras. Ario, Maomé, foram prefiguras de Lutero, por exemplo. Houve também utopistas em diferentes épocas, que conceberam, em sonhos, dias muito parecidos com os da Revolução. Houve por fim, em diversas ocasiões, povos ou grupos humanos que tentaram realizar um estado de coisas análogo às quimeras da Revolução.

Mas todos estes sonhos, todas essas prefiguras pouco ou nada são em confronto da Revolução em cujo processo vivemos. Esta, por seu radicalismo, por sua universalidade, por sua pujança, foi tão fundo e está chegando tão longe, que constitui algo de ímpar na História, e faz perguntar a muitos espíritos ponderados se realmente não chegamos aos tempos do Anticristo”


“A REVOLUÇÃO, O ORGULHO E A SENSUALIDADE - OS VALORES METAFÍSICOS DA REVOLUÇÃO”

“Duas noções concebidas como valores metafísicos exprimem bem o espírito da Revolução: a igualdade absoluta, liberdade completa. E duas são as paixões que mais a servem: o orgulho e a sensualidade.”

“Orgulho e Igualitarismo

A pessoa orgulhosa, sujeita à autoridade de outra, odeia primeiramente o jugo que em concreto pesa sobre ela.

Num segundo grau, o orgulhoso odeia genericamente todas as autoridades e todos os jugos, e mais ainda o próprio princípio de autoridade, considerado em abstrato.

E porque odeia toda autoridade, odeia também toda superioridade, de qualquer ordem que seja.

E nisto tudo há um verdadeiro ódio a Deus 27”

“Este ódio a qualquer desigualdade tem ido tão longe que, movidas por ele, pessoas colocadas em alta situação a têm posto em grave risco e até perdido, só para não aceitar a superioridade de quem está mais alto.

Mais ainda. Num auge de virulência o orgulho poderia levar alguém a lutar pela anarquia, e a recusar o poder supremo que lhe fosse oferecido. Isto porque a simples existência desse poder traz implícita a afirmação do princípio de autoridade, a que todo o homem enquanto tal - e o orgulhoso também - poder ser sujeito.

O orgulho pode conduzir, assim, ao igualitarismo mais radical e completo”

 “Igualdade econômica: nada pertence a ninguém, tudo pertence à coletividade. Supressão da propriedade privada, do direito de cada qual ao fruto integral de seu próprio trabalho e à escolha de sua profissão.

* Igualdade nos aspectos exteriores da existência: a variedade redunda facilmente em desigualdade de nível. Por isso, diminuição quanto possível da variedade nos trajes, nas residências, nos móveis, nos hábitos etc.

*. Igualdade de almas: a propaganda como que padroniza todos as almas, tirando-lhes as peculiaridades, e quase a vida própria. Até as diferenças de psicologia e atitude entre sexos tendem a minguar o mais possível. Por tudo isto, desaparece o povo que é essencialmente uma grande família de almas diversas mas harmônicas, reunidas em torno do que lhes é comum. E surge a massa, com sua grande alma vazia, coletiva, escrava 29.

*Igualdade em todo o trato social: como entre mais velhos e mais moços, patrões e empregados, professores e alunos, esposo e esposa, pais e filhos, etc.”

“Igualdade na ordem internacional: o Estado é constituído por um povo independente exercendo domínio pleno sobre um território. A soberania é, assim, no Direito Público, a imagem da propriedade. Admitida a idéia de povo, com características que o diferenciam dos outros, e a de soberania, estamos forçosamente em presença de desigualdades: de capacidade, de virtude, de número etc. Admitida a idéia de território, temos a desigualdade quantitativa e qualitativa dos vários espaços territoriais. Compreende-se, pois, que a Revolução, fundamentalmente igualitária, sonhe em fundir todas as raças, todos os povos e todos os Estados em uma só raça, um só povo e um só Estado 30.

* Igualdade entre as diversas partes do país: pelas mesmas razões, e por um mecanismo análogo, a Revolução tende a abolir no interior das pátrias ora existentes todo o sadio regionalismo político, cultural, etc.

 Igualitarismo e ódio a Deus: Santo Tomás ensina 31 que a diversidade das criaturas e seu escalonamento hierárquico são um bem em si, pois assim melhor resplandecem na criação as perfeições do Criador. E diz que tanto entre os Anjos 32 quanto entre os homens, no Paraíso Terrestre como nesta terra de exílio 33, a Providência instituiu a[…]”

“as desigualdades provenientes de acidentes como a virtude, o talento, a beleza, a força, a família, a tradição, etc., são justas e conformes à ordem do universo”

“Ora, essa liberdade para o mal é precisamente a liberdade para o homem enquanto “revolucionário” em seu interior, isto é, enquanto consente na tirania das paixões sobre sua inteligência e sua vontade.”

“liberdade engendrará a desigualdade, a Revolução, por ódio a esta, deliberou sacrificar aquela. Daí nasceu sua fase socialista. Esta fase não constitui senão uma etapa. A Revolução  espera, em seu termo final, realizar um estado de coisas em que a completa liberdade coexista com a plena igualdade.”


“Assim, historicamente, o movimento socialista é um mero requinte do movimento liberal. O que leva um liberal autêntico a aceitar o socialismo é precisamente que, neste, se proíbem tiranicamente mil coisas boas, ou pelo menos inocentes, mas se favorece a satisfação metódica, e por vezes com aspectos de austeridade, das piores e mais violentas paixões, como a inveja, a preguiça, a luxúria. E de outro lado, o liberal entrevê que a ampliação da autoridade no regime socialista não passa, dentro da lógica do sistema, de meio para chegar à tão almejada anarquia final.”

“Os entrechoques de certos liberais ingênuos ou retardados, com os socialistas, são, pois, meros episódios superficiais no processo revolucionário, inócuos qui pro quo que não perturbam a lógica profunda da Revolução, nem sua marcha inexorável num sentido que, bem vistas as coisas, é ao mesmo tempo socialista e liberal.”


“Com efeito, a utopia anárquica do marxismo consiste em um estado de coisas em que a personalidade humana teria alcançado um alto grau de progresso, de tal maneira que lhe seria possível desenvolver-se livremente numa sociedade sem Estado nem governo.”


“Afirmamos, isto sim, que, historicamente, esta Revolução teve sua primeira origem em uma violentíssima fermentação de paixões. E estamos longe de negar o grande papel dos erros doutrinários nesse processo.”

“Quando esse ódio começou a dirigir as tendências mais profundas da História do Ocidente, teve início a Revolução cujo processo hoje se desenrola e em cujos erros doutrinários ele imprimiu vigorosamente sua marca. Ele é a causa mais ativa da grande apostasia hodierna. Por sua natureza, é ele algo que não pode ser reduzido simplesmente a um sistema doutrinário: é a paixão desregrada, em altíssimo grau de exacerbação”

“Afirmamos tão somente que o processo revolucionário, considerado em seu conjunto, e também em seus principais episódios, teve por germe mais ativo e profundo o desregramento das paixões.”

“Pelo contrário, à medida que o homem decai na virtude e se entrega ao jugo dessas paixões, vai minguando nele a objetividade em tudo quanto com as mesmas se relacione. De modo particular, essa objetividade fica perturbada quanto aos julgamentos que o homem formule sobre si mesmo”

“Por isto, em concreto, é necessário reconhecer que a democratização geral dos costumes e dos estilos de vida, levado aos extremos de uma vulgaridade sistemática e crescente, e a ação proletarizante de certa arte moderna, contribuíram para o triunfo do igualitarismo tanto ou mais do que a implantação de certas leis, ou de certas instituições essencialmente políticas.”


“Como também é preciso reconhecer que quem, por exemplo, conseguisse fazer cessar o cinema ou a televisão imorais ou agnósticos teria feito pela Contra-Revolução muito mais do que se provocasse a queda de um gabinete esquerdista, na rotina de um regime parlamentar”

“Capítulo XI - A Revolução, o pecado e a Redenção - A utopia revolucionária
Dentre os múltiplos aspectos da Revolução, é importante ressaltar que ela induz seus filhos a subestimarem ou negarem as noções de bem e mal, de pecado original e de Redenção.”

“Mas a Revolução não recuou. Em vez de reconhecer seu erro, ela o substituiu por outro. Foi a conceição imaculada das massas e do Estado. Os indivíduos são propensos ao egoísmo e podem errar. Mas as massas acertam sempre, e jamais se deixam levar pelas paixões. Seu impecável meio de ação é o Estado. Seu infalível meio de expressão, o sufrágio universal, do qual decorrem os parlamentos impregnados de pensamento socialista, ou a vontade forte de um ditador carismático, que guia sempre as massas para a realização da vontade delas”


“3. A REDENÇÃO PELA CIÊNCIA E PELA TÉCNICA: A UTOPIA REVOLUCIONÁRIA
De qualquer maneira, depositando toda a sua confiança no indivíduo considerado isoladamente, nas massas, ou no Estado, é no homem que a Revolução confia. Auto-suficiente pela ciência e pela técnica, pode ele resolver todos os seus problemas, eliminar a dor, a pobreza, a ignorância, a insegurança, enfim tudo aquilo a que chamamos efeito do pecado original ou atual.

Um mundo em cujo seio as pátrias unificadas numa República Universal não sejam senão denominações geográficas, um mundo sem desigualdades sociais nem econômicas, dirigido pela ciência e pela técnica, pela propaganda e pela psicologia, para realizar, sem o sobrenatural, a felicidade definitiva do homem: eis a utopia para a qual a Revolução nos vai encaminhando.”

“O exposto no capítulo anterior nos faz compreender facilmente o caráter pacifista, e portanto antimilitarista da Revolução”

“Daí uma incompatibilidade fundamental entre a Revolução e as forças armadas, que deverão ser inteiramente abolidas. Na República Universal haverá apenas uma polícia, enquanto os progressos da ciência e da técnica não acabarem de eliminar o crime.”


“INCOMPATIBILIDADE DOUTRINÁRIA ENTRE A REVOLUÇÃO E A FARDA
A farda, por sua simples presença, afirma implicitamente algumas verdades, um tanto genéricas, sem dúvida, mas de índole certamente contra-revolucionária:

- A existência de valores que são mais que a vida e pelos quais se deve morrer - o que é contrário à mentalidade socialista, toda feita de horror ao risco e à dor, de adoração da segurança, e do supremo apego à vida terrena.

A existência de uma moral, pois a condição militar é toda ela fundada sobre idéias de honra, de força posta ao serviço do bem e voltada contra o mal, etc.”





“O “TEMPERAMENTO” DA REVOLUÇÃO É INFENSO À VIDA MILITAR

Por fim, entre a Revolução e o espírito militar há uma antipatia “temperamental”. A Revolução, enquanto não tem todas as rédeas na mão, é verbosa, enredadeira, declamatória. Resolver as coisas diretamente, drasticamente, secamente more militari, desagrada o que poderíamos chamar o atual temperamento da Revolução. “Atual”, frisamos, para aludir a esta no estágio em que se encontra entre nós. Pois nada há de mais despótico e cruel do que a Revolução quando é onipotente: a Rússia dá disto um eloqüente exemplo. Mas ainda aí a divergência subsiste, posto que o espírito militar é coisa bem diferente de espírito de carrasco.”

“Parte II – A CONTRA-REVOLUÇÃO

Capítulo I - Contra-Revolução é Reação

I. A CONTRA-REVOLUÇÃO, LUTA ESPECÍFICA E DIRETA CONTRA A REVOLUÇÃO
Se tal é a Revolução, a Contra-Revolução é, no sentido literal da palavra, despido das conexões ilegítimas e mais ou menos demagógicas que a ela se juntaram na linguagem corrente, uma “re-ação”. Isto é, uma ação que é dirigida contra outra ação. Ela está para a Revolução como, por exemplo, a Contra-Reforma está para a Pseudo-Reforma.”

“NOBREZA DESSA REAÇÃO

E deste caráter de reação vem à Contra-Revolução sua nobreza e sua importância. Com efeito, se é a Revolução que nos vai matando, nada é mais indispensável do que uma reação que vise esmagá-la. Ser infenso, em princípio, a uma reação contra-revolucionária é o mesmo que querer entregar o mundo ao domínio da Revolução.”

“Importa acrescentar que a Contra-Revolução, assim vista, não é nem pode ser um movimento nas nuvens, que combata fantasmas. Ela tem de ser a Contra-Revolução do século XX, feita contra a Revolução como hoje em concreto esta existe e, pois, contra as paixões revolucionárias como hoje crepitam, contra as idéias revolucionárias como hoje se formulam, os ambientes revolucionários como hoje se apresentam, a arte e a cultura revolucionárias como hoje são, as correntes e os homens que, em qualquer nível, são atualmente os fautores mais ativos da Revolução. A Contra-Revolução não é, pois, um mero retrospecto dos malefícios da Revolução no passado, mas um esforço para lhe cortar o caminho no presente.”


“Um espírito de hierarquia, marcando todos os aspectos da sociedade e do Estado, da cultura e da vida, por oposição à metafísica igualitária da Revolução.

Uma diligência no detectar e no combater o mal em suas formas embrionárias ou veladas, em fulminá-lo com execração e nota de infâmia, e em puni-lo com inquebrantável firmeza em todas as suas manifestações, e particularmente nas que atentarem contra a ortodoxia e a pureza dos costumes, tudo por oposição à metafísica liberal da Revolução e à tendência desta a dar livre curso e proteção ao mal.”

“A Contra-Revolução é progressista?  Sim, se o progresso for autêntico. E não, se for a marcha para a realização da utopia revolucionária.”

“Assim, a Contra-Revolução é condição essencial para que seja preservado o desenvolvimento normal do verdadeiro progresso, e derrotada a utopia revolucionaria, que de progresso só tem aparências falaciosas.”


“Capítulo IV - O que é um contra-revolucionário?
Pode-se responder à pergunta em epígrafe de duas maneiras:

1. EM ESTADO ATUAL
Em estado atual, contra-revolucionário é quem:

- Conhece a Revolução, a ordem e a Contra-Revolução em seu espírito, suas doutrinas, seus métodos respectivos.

- Ama a Contra-Revolução e a ordem cristã, odeia a Revolução e a “anti-ordem”.

Faz desse amor e desse ódio o eixo em torno do qual gravitam todos os seus ideais, preferências e atividades.”

“Uma ação contra-revolucionária deve ter em vista, antes de tudo, detectar esses elementos, fazer com que se conheçam, com que se apoiem uns aos outros para a profissão pública de suas convicções. Ela pode realizar-se de dois modos diversos:”


“A. Ação individual
Esta ação deve ser feita antes de tudo na escala individual. Nada mais eficiente que a tomada de posição contra-revolucionária franca e ufana de um jovem universitário, de um oficial, de um professor, de um Sacerdote sobretudo, de um aristocrata ou um operário influente em seu meio. A primeira reação que obterá será por vezes de indignação. Mas se perseverar por um tempo que será mais longo, ou menos, conforme as circunstâncias, verá, pouco a pouco, aparecerem companheiros.

B. Ação em conjunto
Esses contactos individuais tendem, naturalmente, a suscitar nos diversos ambientes vários contra-revolucionários que se unem numa família de almas cujas forças se multiplicam pelo próprio fato da união.”


“O meio mais eficiente de refutá-la junto aos revolucionários consiste em mostrá-la inteira, quer em seu espírito e nas grandes linhas de sua ação, quer em cada uma de suas manifestações ou manobras aparentemente inocentes e insignificantes. Arrancar-lhe, assim, os véus é desferir-lhe o mais duro dos golpes.

Por esta razão, o esforço contra-revolucionário deve entregar-se a esta tarefa com o maior empenho.

Secundariamente, é claro, os outros recursos de uma boa dialética são indispensáveis para o êxito de uma ação contra-revolucionária”

“O revolucionário, em via de regra, é petulante, verboso e afeito à exibição, quando não tem adversários diante de si, ou os tem fracos. Contudo, se encontra quem o enfrente com ufania e arrojo, ele se cala e organiza a campanha de silêncio. Um silêncio em meio ao qual se percebe o discreto zumbir da calúnia, ou algum murmúrio contra o “excesso de lógica” do adversário, sim. Mas um silêncio confuso e envergonhado que jamais é entrecortado por alguma réplica de valor. Diante desse silêncio de confusão e derrota, poderíamos dizer ao contra-revolucionário vitorioso as palavras espirituosas escritas por Veuillot em outra ocasião: “Interrogai o silêncio, e ele nada vos responderá ”

“ELITES E MASSAS NA TÁTICA CONTRA-REVOLUCIONÁRIA

A Contra-Revolução deve procurar, quanto possível, conquistar as multidões. Entretanto, não deve fazer disso, no plano imediato, seu objetivo principal, e um contra-revolucionário não tem razão para desanimar pelo fato de que a grande maioria dos homens não está atualmente de seu lado. Um estudo exato da História nos mostra, com efeito, que não foram as massas que fizeram a Revolução. Elas se moveram num sentido revolucionário porque tiveram atrás de si elites revolucionárias. Se tivessem tido atrás de si elites de orientação oposta, provavelmente se teriam movido num sentido contrário. O fator massa, segundo mostra a visão objetiva da História, é secundário; o principal é a formação das elites. Ora, para essa formação, o contra-revolucionário pode estar sempre aparelhado com os recursos de sua ação individual, e pode pois obter bons frutos, apesar da carência de meios materiais e técnicos com que, às vezes, tenha que lutar.”

“propaganda racional, eficiente e brilhante. O verdadeiro contra-revolucionário deve tender sempre à utilização de tais meios, vencendo o estado de espírito derrotista de alguns de seus companheiros que, de antemão, abandonam a esperança de dispor deles porque os vêm sempre na posse dos filhos das trevas.

Entretanto, devemos reconhecer que, in concreto, a ação contra-revolucionária terá de se realizar muitas vezes sem esses recursos.”

“UTILIZAR TAMBÉM OS MEIOS MODESTOS: SUA EFICÁCIA

Ainda assim, e com meios dos mais modestos, poderá ela alcançar resultados muito apreciáveis, se tais meios forem utilizados com retidão de espírito e inteligência. Como vimos, é concebível uma ação contra-revolucionária reduzida à mera atuação individual. Mas não se pode concebê-la sem esta última. A qual, por sua vez, desde que bem feita, abre as portas para todos os progressos.

Os pequenos jornais de inspiração contra-revolucionária, quando de bom nível, têm uma eficácia surpreendente, principalmente para a tarefa primordial de fazer com que os contra-revolucionários se conheçam.

Tão ou mais eficientes podem ser o livro, a tribuna e a cátedra, a serviço da Contra-Revolução.”


“Contra-Revolução, sem ser apenas negação, tem em sua essência alguma coisa de fundamental e sadiamente negativista. Constitui ela, como dissemos, um movimento dirigido contra outro movimento, e não se compreende que, numa luta, um adversário não tenha os olhos postos sobre o outro e não esteja com ele numa atitude de polêmica, de ataque e contra-ataque.”


“Para fazer trabalho profundo, eficiente, e inteiramente objetivo, é, pois, necessário acompanhar passo a passo o desenrolar da marcha da Revolução, num penoso esforço de explicitação das coisas implícitas no processo revolucionário. Só assim é possível atacar a Revolução como de fato deve ela ser atacada. Tudo isto tem obrigado os contra-revolucionários a ter constantemente os olhos postos na Revolução, pensando, e afirmando as suas teses, em função dos erros dela”


“O esforço contra-revolucionário não deve ser livresco, isto é, não pode contentar-se com uma dialética com a Revolução no plano puramente cientifico e universitário. Reconhecendo a esse plano toda a sua grande e até muito grande importância, o ponto de mira habitual da Contra-Revolução deve ser a Revolução tal qual ela é pensada, sentida e vivida pela opinião pública em seu conjunto. E neste sentido os contra-revolucionários devem atribuir uma importância muito particular à refutação dos “slogans” revolucionários.”

“A idéia de apresentar a Contra-Revolução sob uma luz mais “simpática” e “positiva” fazendo com que ela não ataque a Revolução, é o que pode haver de mais tristemente eficiente para empobrecê-la de conteúdo e de dinamismo"


“O contra-revolucionário deve, pois, aproveitar zelosamente o tremendo espetáculo de nossas trevas para - sem demagogia, sem exagero, mas também sem fraqueza - fazer compreender aos filhos da Revolução a linguagem dos fatos, e assim produzir neles o “flash” salvador. Apontar varonilmente os perigos de nossa situação é traço essencial de uma ação autenticamente contra-revolucionária.”

“Convém recordá-lo para acentuar que a Contra-Revolução não é a defensora apenas da propriedade patronal, mas da de ambas as classes. Ela não luta por interesses de grupos ou categoria sociais, mas por princípios.”

“Daí nasce uma mentalidade que, professando-se anticomunista, entretanto a si mesma se intitula, freqüentemente, socialista. Esta mentalidade, cada vez mais poderosa no Ocidente, constitui um perigo muito maior do que a doutrinação propriamente marxista. Ela nos conduz lentamente por um declive de concessões que poderão chegar até o ponto extremo de transformar em repúblicas comunistas as nações de aquém cortina de ferro. Tais concessões, que deixam ver uma tendência ao igualitarismo econômico e ao dirigismo, se vão notando em todos os campos. A iniciativa privada vai sendo sempre mais cerceada. Os impostos de transmissão causa mortis são tão onerosos que em certos casos o Fisco é o maior herdeiro. As interferências oficiais em matéria de câmbio, exportação e importação colocam na dependência do Estado todos os interesses industriais, comerciais e bancários”


“Nos salários, nos aluguéis, nos preços, em tudo o Estado intervém. Ele tem industrias, bancos, universidades, jornais, rádio-emissoras, canais de televisão, etc. E ao mesmo passo que o dirigismo igualitário vai assim transformando a economia, a imoralidade e o liberalismo vão dissolvendo a família e preparando o chamado amor livre.”


“De outro lado, estão nas mãos dos líderes da III Revolução os cordéis que movimentam, em todo o mundo não-comunista, os partidos declaradamente comunistas e a imensa rede de criptocomunistas, para-comunistas, inocentes-úteis, infiltrados não só nos partidos não declaradamente comunistas - socialistas e outros - como ainda nas igrejas72, nas organizações profissionais e culturais, nos bancos, na imprensa, na televisão, no rádio, no cinema, etc.

E, como se tudo isto não bastasse, a III Revolução maneja com terrível eficácia as táticas de conquista psicológica de que adiante falaremos. Por meio destas, o comunismo vem conseguindo reduzir a um torpor displicente e abobado imensas parcelas não-comunistas da opinião pública ocidental. Tais táticas permitem à III Revolução esperar, neste terreno, sucessos ainda mais marcantes, e desconcertantes para os observadores que analisam os fatos de fora dela.

A inércia, quando não a ostensiva e substanciosa colaboração de tantos governos “democráticos” e sorrateiras forças econômicas particulares do Ocidente, com o comunismo assim poderoso, compõe um terrível quadro de conjunto diante do qual vive o mundo de hoje"

"...“sobre o mar de miséria, de indolência e de inação, em face do qual a infeliz população russa, sujeita até há pouco ao capitalismo de Estado integral, vai se havendo, até o momento, com uma passividade desconcertante. Passividade esta propícia à generalização do marasmo, do caos, e quiçá à formação de uma crise conflitual interna suscetível, por sua vez, de degenerar em uma guerra civil... ou mundial .”


“Nessa hipótese, a luta entre o Primeiro Mundo e o Terceiro passará a servir de camuflagem mediante a qual o marxismo, envergonhado de seu catastrófico fracasso sócio-econômico e metamorfoseado, trataria de obter, com renovadas possibilidades de êxito, a vitória final? Vitória essa que, até o momento, escapou das mãos de Gorbachev, o qual, embora certamente não seja o doutor, é pelo menos uma mescla de bardo e de prestidigitador da perestroika...

Da perestroika, sim, da qual não é possível duvidar que seja um requinte do comunismo, pois o confessa seu próprio autor no ensaio propagandístico “Perestroika – Novas idéias para o meu país e o mundo” (Ed. Best Seller, São Paulo, 1987, p. 35): “A finalidade desta reforma é garantir .... a transição de um sistema de direção excessivamente centralizado e dependente de ordens superiores para um sistema democrático baseado na combinação de centralismo democrático e autogestão”. Autogestão esta que, de mais a mais, era “o objetivo supremo do Estado soviético”, segundo estabelecia a própria Constituição da ex-URSS em seu Preâmbulo.”


“Tempo houve em que a doutrinação explícita e categórica foi, para o comunismo internacional, o principal meio de recrutamento de adeptos.

Em largos setores da opinião pública e em quase todo o Ocidente, por motivos que seria longo enumerar, as condições se tornaram hoje, em muito ponderável medida, infensas a tal doutrinação. Decresceu visivelmente o poder persuasivo da dialética e da propaganda comunista doutrinária integral e ostensiva.

Assim se explica que, em nossos dias, a propaganda comunista procure cada vez mais fazer-se de modo camuflado, suave e lento. Tal camuflagem se faz ora difundindo os princípios marxistas, esparsos e velados, na literatura socialista, ora insinuando na própria cultura que chamaríamos “centrista” princípios que, à maneira de germens, se multiplicam levando os centristas à inadvertida e gradual aceitação de toda a doutrina comunista.”

“Quando do degelo pós-stalianiano com o Ocidente, a III Revolução afivelou uma sorridente máscara, de polêmica se tornou dialogante, simulou estar mudando de mentalidade e de atitude, e se abriu para toda espécie de colaborações com os adversários que antes tentava esmagar pela violência.

Na esfera internacional, a Revolução passou assim, sucessivamente, da guerra fria para a coexistência pacífica, depois para a “queda das barreiras ideológicas”, e por fim para a franca colaboração com as potências capitalistas, rotulada, no linguajar publicitário, de Ostpolitik ou de détente”
“Longe disto, usa ele, (o marxismo),  o sorriso tão-somente como arma de agressão e de guerra, e não extingue a violência, mas a transfere do campo de operação do físico e palpável, para o das atuações psicológicas impalpáveis. Seu objetivo: alcançar, no interior das almas, por etapas e invisivelmente, a vitória que certas circunstâncias lhe estavam impedindo de conquistar de modo drástico e visível, segundo os métodos clássicos.

Bem entendido, não se trata aqui de efetuar, no campo do espírito, algumas operações esparsas e esporádicas. Trata-se, pelo contrário, de uma verdadeira guerra de conquista - psicológica, sim, mas total - visando o homem todo, e todos os homens em todos os países.”

“Com efeito, a guerra psicológica visa a psique toda do homem, isto é, “trabalha-o” nas várias potências de sua alma, e em todas as fibras de sua mentalidade.”

“Ela lança mão de todos os meios, a cada passo é-lhe necessário dispor de um fator específico para levar insensivelmente cada grupo social e até cada homem a se aproximar do comunismo, por pouco que seja. E isto em qualquer terreno: nas convicções religiosas, políticas, sociais e econômicas, nas impostações culturais, nas preferências artísticas, nos modos de ser e de agir em família, na profissão, na sociedade.”


“É penoso dizê-lo. Mas a evidência dos fatos aponta, neste sentido, o Concílio Vaticano II como uma das maiores calamidades, se não a maior, da História da Igreja 75. A partir dele penetrou na Igreja, em proporções impensáveis, a “fumaça de Satanás”, que se vai dilatando dia a dia mais, com a terrível força de expansão dos gases. Para escândalo de incontáveis almas, o Corpo Místico de Cristo entrou no sinistro processo da como que autodemolição.”

“IV Revolução e tribalismo: uma eventualidade”

“Como? - É impossível não perguntar se a sociedade tribal sonhada pelas atuais correntes estruturalistas dá uma resposta a esta indagação. O estruturalismo vê na vida tribal uma síntese ilusória entre o auge da liberdade individual e do coletivismo consentido, na qual este último acaba por devorar a liberdade. Segundo tal coletivismo, os vários “eus” ou as pessoas individuais, com sua inteligência, sua vontade e sua sensibilidade, e conseqüentemente seus modos de ser, característicos e conflitantes, se fundem e se dissolvem na personalidade coletiva da tribo geradora de um pensar, de um querer, de um estilo de ser densamente comuns.

Bem entendido, o caminho rumo a este estado de coisas tribal tem de passar pela extinção dos velhos padrões de reflexão, volição e sensibilidade individuais, gradualmente substituídos por modos de pensamento, deliberação e sensibilidade cada vez mais coletivos. É, portanto, neste campo que principalmente a transformação se deve dar.”

“A crescente ojeriza a tudo quanto é raciocinado, estruturado e metodizado só pode conduzir, em seus últimos paroxismos, à perpétua e fantasiosa vagabundagem da vida das selvas, alternada, também ela, com o desempenho instintivo e quase mecânico de algumas atividades absolutamente indispensáveis à vida.

A aversão ao esforço intelectual, notadamente à abstração, à teorização, ao pensamento doutrinário, só pode induzir, em última análise, a uma hipertrofia dos sentidos e da imaginação”


“...Revolução tomar conta da vida temporal da humanidade, acolitada na esfera espiritual pelo progressismo ecumênico, devê-lo-ão mais à incúria e colaboração destes risonhos e otimistas profetas do “bom senso”, do que a toda a sanha das hostes e dos serviços de propaganda revolucionários”

Comento; Os "sabugos", ou sorridentes otimistas do bom senso , os "reaças caviar", muitas vezes prestam um desserviço a causa contra revolucionária mais que o pior empedernido marxista.

“A oposição dos “profetas do bom senso”

Profetas estes de um estranho gênero, pois suas profecias consistem em afirmar invariavelmente que “nada acontecerá”.”

“Na perspectiva de Revolução e Contra-Revolução, toca-lhe, antes de tudo, acentuar a preponderante importância que no processo gerador desta IV Revolução, e no mundo dela nascido, cabe à Revolução nas tendências 86. E preparar-se para lutar, não só no intuito de alertar os homens contra esta preponderância das tendências - fundamentalmente subversiva da boa ordem humana - que assim se vai incrementando, como a usar, no plano tendencial, de todos os recursos legítimos e cabíveis para combater essa mesma Revolução nas tendências”

“Ou seja, pode-se dizer que nesses países o comunismo morreu? Ou que ele entrou simplesmente num complicado processo de metamorfose?”

“Qual é o rumo espontâneo do caos senão uma indecifrável acentuação de si próprio?”