terça-feira, 7 de outubro de 2014

REFUTAÇÃO AO LIBERTARIANISMO

        





REFUTAÇÃO AO LIBERTARIANISMO!


Quem tiver tempo deixo essa leitura a respeito da opinião do líder conservador Russell kirk sobre os libertários 

Russell Kirk sobre os libertários dogmáticos

Como muitos já sabem, tenho feito algum esforço, dentro de minhas limitações, para unir o que se chama “direita” nesse país. Evitar o “fogo amigo” seria, portanto, uma boa estratégia.

Mas, em nome do debate aberto de ideias, considero importante trazer à tona as críticas que o conservador (de boa estirpe) Russell Kirk faz aos libertários, ou a um tipo específico de libertário: o dogmático. Creio que esse não é muito “amigo” dos liberais ou conservadores.

Em seu livro A política da prudência *, Kirk dedica um capítulo a esses libertários, e outro aos neoconservadores, para contestar ambas as posturas ideológicas. Kirk, diga-se de passagem, é contra a própria ideologia, para ele uma religião secular perigosa.

Confesso que já vi muitos libertários desse tipo descrito por ele, e seu fanatismo realmente não combina com o liberalismo que defendo. Em várias ocasiões já tive a sensação de que eram mais parecidos com os marxistas do que com os liberais clássicos. Abaixo, seguem alguns trechos do livro:

Qualquer um que tenha sido muito influenciado pelo pensamento de Edmund Burke (1729-1797) e de Alexis de Tocqueville (1805-1859) – como o professor Hayek e este comentarista – põe-se firmemente contra a ideologia; e o libertarianismo é uma ideologia simplista, apreciada por um tipo de gente a quem Jacob Burckhardt (1818-1897) chamou de “os terríveis simplificadores”.

[...] enquanto os libertários se posicionarem contra uma política de dominação norte-americana ao redor do globo, estou ao lado deles.

Numa época em que muita gente está disposta a – ou melhor, desejosa de – trocar a própria independência por “direitos”, os libertários exortam-nos a andar virilmente com os próprios pés.

[...] o que podemos dizer do libertarianismo, amistosamente, é que tem sido amiúde um espaço de recrutamento de jovens conservadores, ainda que os libertários não tenham a menor intenção de fortalecer a crença nos costumes, na convenção e na política da “consagração do uso”.

O que podemos afirmar é que, em geral, são anarquistas “filosóficos” em trajes burgueses. Das antigas instituições sociais, manteriam somente a propriedade privada. Buscam uma liberdade abstrata, que nunca existiu em civilização alguma – nem entre qualquer povo bárbaro ou selvagem. Dariam cabo do governo político; nisso, subscrevem a noção de Karl Marx (1818-1883) da extinção do Estado.

Precisamos limitar os poderes do Estado, é claro, e a constituição nacional o faz – se não perfeitamente, ao menos de modo mais eficaz do que qualquer outra constituição nacional. A Constituição dos Estados Unidos decididamente não é um ensaio de libertarianismo.

“Partindo da liberdade ilimitada”, escreveu Fiódor Dostoiévski (1821-1881), “chego ao despotismo ilimitado”.

Os libertários do século XX são discípulos da noção de natureza humana e das doutrinas políticas rousseaunianas.

O típico libertino de 1992 (ano da publicação do livro) deleita-se com a excentricidade – tanto na vida privada como na política. Sua liberdade, ou licenciosidade, é do tipo que resulta no colapso social.

No tocante à excentricidade libertária, o sonho de uma liberdade privada absoluta é uma daquelas visões que amanham dos portões de marfim; e a desordem na qual a sociedade seria lançada em conseqüência dos desejos já é ilustrada pela desordem moral dos assuntos privados.

O modelo de libertário da presente década não tem senso de humor, é intolerante, farisaico, mal instruído e enfadonho. [...] estou desmascarando as pretensões dos doutrinários intolerantes e libertinos pomposos que se aprisionaram numa ideologia “libertária” tão confinadora e irreal quanto o marxismo – ainda que menos persuasiva do que esta cruel ilusão. 

A liberdade e a justiça só podem ser estabelecidas depois que a ordem esteja razoavelmente assegurada. Os libertários, porém, dão primazia a uma liberdade abstrata.

Ao exaltar uma “liberdade” absoluta e indefinível à custa da ordem , os libertários colocam em perigo a própria liberdade que louvam.

Em suma, a função primária do governo é a restrição; e isso é anátema para os libertários, embora seja um artigo de fé para os conservadores. 

Por tais defeitos dos libertários estarem muito evidentes, os conservadores recordam a admoestação de Edmund Burke a respeito dos reformistas radicais: “Homens imoderados nunca podem ser livres. As paixões lhes forjam os grilhões”.

O que os libertários doutrinários nos oferecem é uma ideologia de egoísmo universal – no momento em que o país precisa, mais do que nunca, de homens e mulheres que estejam prontos a subornar os interesses privados, caso necessário, à defesa das coisas permanentes. Nós, criaturas humanas imperfeitas, já somos bastante egoístas sem precisarmos de estímulo para buscar o egoísmo como princípio.

ESCRITO POR RODRIGO CONSTANTINO

Em suma libertários dogmáticos são tendenciários e libertinos quanto aos costumes enamoram o marxismo cultural visam, portanto, destruir o tecido social e os pilares dos valores permanentes que sustentam consigo a tranquilidade e a liberdade na ordem característica de nossa civilização ocidental cristã !

PROF. DANIEL ROCHA