sexta-feira, 8 de julho de 2016

A Revolução Russa






 
As ideologias utópicas que idealizam sociedades perfeitas para um homem imperfeito foram premissas de contestações que buscaram rupturas com identidades culturais além do rompimento total e brusco da tradição, dos hábitos e da continuidade do desenvolvimento que estas culturas iriam construindo durante séculos.

Na revolução Russa vimos primeiro uma tradição monárquica de três séculos se acabar de forma brusca primeiro por erros da autocracia ultrapassada de uma família real; A Família Romanov que não soube gerir sua derrota na guerra contra o Japão, depois sua entrada equivocada na primeira guerra mundial aliada ao seu sistema econômico interno baseado em latifúndios e com sua industrialização ainda incipiente. Além destes fatores políticos e econômicos a má gerencia em administrar conflitos por parte do Czar Nicolau II que sequer teve visão política ao não deter a violência de seus cossacos no conhecido domingo sangrento.

Em fevereiro de 1917 tivemos a primeira ruptura com a deposição do Czar Nicolau II e a implantação de uma republica parlamentarista encabeçada pelo socialista moderado Alexander Kerensky que amenizou o problema da fome devido ao fim do inverno, no entanto manteve a Rússia na guerra. Esse governo tíbio foi o combustível que faltava para que o ódio ideológico contra as classes medias, “burguesas”, se desencadeasse por populares organizados então sobre os “sovietes” conselhos manipulados pelo partido bolchevique este inspirado pelo ideário marxista – leninista do seu líder Lenin.

Outubro de 1917 contrariando os autores da religião política do utopismo socialista como afirma Richard Pipes em seu; “Historia concisa da Revolução Russa “ da –se o golpe de outubro de 17. Os bolcheviques chegam ao poder obrigando ao líder menchevique fugir para a Inglaterra.

De imediato o líder Lenin porta voz do discurso ideológico do marxismo organiza sua polícia politica assassina a Cheka, fuzila imediatamente intelectuais, poetas ,membros da classe média, produtores rurais. O seu governo toma para si todas as empresas e no campo as fazendas. Obriga civis a trabalharem forçado nas fazendas coletivas do estado. E para iniciar seu período de governo que levou a morte milhares pela fome assasina por fuzilamento toda família real quatro princesas adolescentes (Olga, Tatiana, Maria, Anastácia) a Czarina Alexandra, o Czar Nicolau II e o então hemofílico príncipe herdeiro Alexis com 13 anos de idade.

A revolução não considera a individualidade da vida humana e em nome de uma ideologia utópica que busca o paraíso na terra tenta remodelar com violência a realidade ao implantar sua engenharia social utilizando de pessoas como verdadeiras “massas de modelar”.

Ao morrer Lenin deixa preparado todo aparelho repressivo da burocracia estatal. Bastando que o paranoico Stalin então secretário geral do partido Bolchevique assumisse o poder após sua morte para então implantar o pior genocídio da história causado pelo terrorismo estatal e pela fome sendo responsável por 40 milhões de mortes. Infelizmente as ideologias que prometiam o paraíso terrestre nos trouxe apenas o inferno.

Havendo como na Inglaterra a promulgação de uma constituição que proclamasse a igualdade jurídica, a democracia e a monarquia parlamentar não teríamos a ruptura e a violência características das ideologias que desumanizam individualidades por categoriza-las em raças ou classes e sim a continuidade do desenvolvimento nacional com respeito e tolerância a religiões e opiniões além de manter a sua cultura e tradição então seculares.

A democracia e a liberdade de mercado não são perfeitas porem não prometem um paraíso terrestre e nem sequer perseguem aqueles que não se enquadram no perfil das ideologias que os manipulam. O respeito a liberdade de expressão, a liberdade religiosa, a tolerância a diversidade, a propriedade privada, o livre mercado e suma a defesa das garantias e liberdade individuais poderiam evitar o genocídio do século passado que segundo o livro negro do comunismo ceifou 100 milhões de vidas.

PROF DANIEL ROCHA